Wednesday, September 27, 2006

Mais um trecho de um filme que marcou minha vida

Kill Bill. Primeira cena. Bill está falando com Beatrix Kiddo, toda fodida pela ira de seu amante. Olhando-a nos olhos com uma ternura improvável, Bill trava esse breve monólogo:

Do you find me sadistic?
You know, I bet I could fry an egg on your head right now.
If I wanted to.

You know, kiddo...
I'd like to believeyou're aware enough, even now,
to know that there is nothing sadistic in my actions.

Maybe towards those other jokers.
But not you.
No, kiddo.

At this moment...
This is me..
...at my most masochistic.


Só eu sei. Só eu sei das lágrimas e por onde elas andam caminhando e insistindo em querer sair a cada dia que passa lentamente em minha vida. Só eu sei o que procuro em cada rosto quando ando na rua, o que vejo em cada espelho que olho, em cada abraço que eu ganho. Só eu sei onde procurá-las, mas prefiro deixar que elas brinquem de esconde-esconde no fundo dos meus olhos e no infinito escuro de minha mente. Só eu sei o quão sinceras e únicas elas foram. Só eu sei.

Se pelo menos isso fosse um poema..

Ouvindo: Nancy Sinatra - Bang Bang

Monday, September 25, 2006

Dormi ao lado de uma coisa muito preciosa...


Na verdade queria escrever sobre o bom senso e o bom gosto, e a severa diferença entre ambos. Juro que tentei, mas comecei a me perder em outros pensamentos e salvei só um rascunho. Acho que é preciso ruminar um pouco mais a idéia antes de sair falando por aí.
Estranhos sonhos passam pela minha cabeça enquanto e durmo e reluto em acordar, pois cada vez que repouso novamente a cabeça no travesseiro, logo vem outro sonho. Tal qual uma TV que muda de canais, a cada vez que fecho novemente os olhos o assunto muda, as pessoas mudam e tal. Parece até que elas vêm me visitar em ordem de importância: sonhei com você, com ela, com ele e com todos juntos. E nos sonhos tudo corria bem entre eu e vocês, algumas pequenas desavenças, um tapa na cara, mas nada de ruim mesmo em meus devaneios e lembranças.
No fim de semana visitei a última vila deste país, bem na fronteira com o vizinho, apenas a uma ponte de distância da Espanha. Tentei atingir o território estrangeiro com uma pedra através do Rio Minho, mas confesso que faltou força. Posso agora contar pra todo mundo que já visitei a Espanha duas vezes.
Por fim, breve relato da balada em Monção: terminei a noite no Ninho do Pardal, uma balada com dois ambientes frequentada por grande parte da juventude da vila, em sua maioria playboys, ou como é dito por aqui, betinhos. Ambiente divertido, com som meia boca e cerveja barata. Passei a noite brincando de olhar para as pessoas fixamente nos olhos e ganhei de brinde um viado me cantando dizendo que eu era a cara do Ben Harper... Como um bom homem que sou, espírito latino e sangue quente, seria impossível e improvável que fosse para a cama sozinho. Depois de comer dois pães com queijo e fiambre olhando para as muralhas que antes separavam os dois países, fui me deitar e ela estava lá, esperando que me deitasse ao seu lado. Intocada e intocável, ocupava seu leito esperando a companhia certa. Por que ela estava lá, quem colocou-a lá, se esse tipo de coisa é costume por aqui, eu não sei. Mas posso dizer lá na cidade onde eu moro que eu já dormi ao lado de uma garrafa de Remy Martin. VSOP.

Mudando de assunto: No final da noite de domingo peguei o final do filme Carlito´s Way, com Al Pacino e alucinei nas últimas falas do protagonista antes de morrer. Sei lá por quê. Leiam e achem o que acharem:
"No room in this cityfor big hearts like hers
Sorry, baby.
I tried the best I could. Honest.
Can't come with me on this trip, though.
Gettin' the shakes now.
Last call for drinks.
Bar's closin' down.
Sun's out.
Where we goin' for breakfast?
Don't wanna go far.
Rough night.
Tired baby...
...tired. "


E ele se vai, olhando fixamente para um cartaz mostrando alguma praia caribenha. Last call for the drinks...

Ouvindo: The Doors - The End... "I´ll never look into your eyes...Again.

Friday, September 22, 2006

Curta metragem de baixo orçamento

1 - Breve descrição dos personagens
John Stuglia: homem de 23 anos, alto, cerca de 1,87, cabelos encaracolados, olhos verdes, moreno e um pouco acima do peso. Recém chegado a uma terra distante, ainda olha tudo com olhos de criança. Ainda acha estranho o fato de todos o medirem em qualquer lugar que passe, todos o olham de cima abaixo e quase sempre têm um comentário velado a fazer para os amigos. Veste calça jeans, tênis e uma camisa do Guarani Futebol Clube. Característica peculiar de nosso protagonista é a capacidade de apaixonar-se em segundos pelas mulheres que vê na rua, sempre seguido da frase, em pensamento: essa eu casava.

Seu Augusto: senhor de uns 50 anos, cabelos grisalhos e curtos, de fala rápida e uma gentileza sem tamanho. Proprietário de um café na zona universitária dessa terra distante, passa horas a faalr sobre como cativar sua clientela, coisa das que mais preza na vida. Dependendo do cliente, até oferece algumas cervejas por conta da casa e senta-se à sua mesa no final do expediente.

Essa eu casava: Garota de uns 20 e poucos anos, magra, estatura mediana, roupas simples e bem escolhidas, cabelo médio repicado e uma carinha que qualquer um gostaria de ver. Conversa baixinho enquanto seu olhar escapa algumas vezes da conversa com sua amiga.

A amiga: Pode ser qualquer uma, fica a critério do diretor.

2 - O roteiro
Camera parada no outro lado da rua, focada no letreiro da lan house. O protagonista chega e entra no quadro pela esquerda, passo apressado, carregando uma pasta. Após sua entrada na lan huse, a câmera atravessa a rua e pára filmando John ao balcão. O personagem desce as escadas rumo aos computadores e algunsinstantes após sua saída, a camera acompanha-o em mais um travelling. Jonh entra em seu e-mail, o processo é lento e o barato não é nada louco. Demora. Impaciência e a câmera passa para a frente de Jonh, de braços cruzados e olhar visivelmente irritado. Passam-se 10 minutos e não consegue abrir sequer um e-mail, a irritação aumenta. Fecha as janelas do computador, faz seu logoff e sai, com a câmera acompanhando-o mais uma vez. Corte para o lado de dentro do balcão, com o peonto de vista do protagonista. John mal olha para a cara do dono da lan house e paga com desgosto os 50 centimos mais mal usados de sua vida.

Sobe a trilha sonora como AC/DC - Inject the Venom, na parte que diz "No mercy for the bad if they want it...". Jonh atravessa a rua a caminha em direção a escada que dá acesso arua de cima e ao café de Seu Augusto. Travelling até o café vizinho e corte para dentro do café, com a câmera colocada no ponto de vista de Essa eu caso. Jonh entra, cumprimenta Seu Augusto e pede um pingo directo (café com um pouco de leite). Trocam breves palavras, pois John ainda está deveras irritado. Pega seu café, senta-se à mesa e repara em Essa eu casava. Era a terceira vez que a via por ali, sempre linda e radiante, mas nunca uma aproximação. A irritação dá lugar a uma certa esperança e a feição do personagem melhora. Mexe vagarosamente seu pingo enquanto divide seu olhar entre a televisão e Essa eu casava. Desce a trilha sonora e a câmera dá um passeio pelo bar, mostrando os homens que carreagm a máquina de cigarros e fazem sanduíches no tostex. Sobre trilha sonora com Lou Reed - Perfect Day. Camêra pára na porta do café, mostrando John de costas com a camisa 10 do Guarani desfocada e Essa eu casava e sua amiga conversando sobre amenidades, enquanto mexem nas pontinhas dos cabelos. A Amiga usa All Star de cano alto cor de rosa e deixa seu pé sobre a cadeira ao lado, enquanto Essa eu caso mais charmosa com seu cabelo e sua postura. A câmera flagra o momento em que Essa eu casava desvia seu olhar da Amiga e olha fixamente para Jonh, e vice versa, porém os olhares não se encontram, são fugidios. Jonh arrisca um sorriso e um olá, mas Essa eu caso desvia-se na hora agá. John dá mais umas olhadas na TV, acaba de fumar seu Marlboro 100´s e na volta pousa seu último olhar no rosto de Essa eu casava. Ri de canto de boca, a irritção já foi embora. Levanta-se, paga o pingo para Seu Augusto, conversa um pouco com ele e promete voltar mais tarde para beber algo mais forte. E talvez encontrar Essa eu casva por lá mais uma vez. Ouve-se ao fundo a conversa das duas amigas falando sobre qualquer coisa que envolvesse o nome de John. A camera acompanha sua saída em plano fechado no número 10 da camisa do Guarani. Seu andar é decido e descontraído, enquanto assovia Perfect Day acompanahdo da trilha sonora. A câmera pára e Jonh vira à direita descendo as escadas, a trilha sobre ao máximo no refrão, corta para os créditos.

Ouvindo: Racionais MC´s - Juri Racional

*Inspirado pelo filme Elephant, de Gus Von Sant, o melhor que vi esse ano e há muito tempo. Altamente recomendado.
*Essa obra é totalmente fictícia e o nome dos personagens foi escolhido ao acaso. Qualquer semelhança é mera coincidência. Conteúdo livre para reprodução, ou seja, se você for crazy enough, faz o filme e depois manda aí pra gente ver.

Thursday, September 21, 2006

Você acredita em deja vú?

Estávamos os quatro sentados em volta de uma mesa de vidro. À nossa frente uma vitrine de bolos decorados, daquelas de vidro com quatro andares giratórios. Um de nós comanda um lap top passando algumas fotos de suas andanças por aqui. Olho novamente para a vitrine. Olho para a cara de Maneco. Começo a ficar desconfiado. Olho de novo para a vitrine, reparo nas nossas posições à mesa. Olho para o Doca e ele devolve o olhar, passando para a próxima foto. Páro de desconfiar e tenho a certeza que já estive ali, sabia exatamente como seria a poróxima foto. Os rostos, as reações, os comentáriso, tudo estava ali em minha mente, perdido em algum lugar de suas profundezas. Mas quem colocou aquela cena ali? Como assim, se nem mesmo tinha visto nehum daqueles caras na vida, nem mesmo por fotos? Um dia quero descobrir de onde vem essa programação mental. Talvez esteja tudo já em nossa cabeça, só nos falta ir à fonte e resgatar nosso futuro, que no caso, já aconteceu dentro de nós. É deveras complicado tentar explicar a sensação de um deja vú. Às vezes parece loucura, mas em alguns momentos há a cerrteza do que estamos vendo. E você, acredita em deja vú?

Ouvindo: Ornatos Violeta - A Dama do Sinal

PS: O gato voltou. São, salvo etc.

Saturday, September 16, 2006

Curtas e rápidas

Cheguei e estou bem. Nunca fui tão bem recebido em lugar algum.

O gato da Celine fugiu hoje cedo e isso nos impediu de ir a uma festa tradicional e popular em uma cidade ao lado. Mas ele volta.

Quando estiver longe de casa e não entender o que as pessoas dizem, meneie a cabeça com um sim e sorria, sempre.

Ganhei saideiras nas duas vezes que fui ao Café de Seu Augusto. Nunca o tinha visto e nem pedi nada ao homem.

Experimente ir a um bar com algumas moedas, umas quatro ou sete do maior valor que circular em seu país e tente se embebedar. Por aqui dá certo.

Feche os olhos e imagine se a Associação Acadêmica da Universidade de São Paulo tivesse um bar no centro da cidade exclusivo para universitários. Isso existe por aqui.

É inacreditável a quantidade de palavrões por segundo que se pode dizer por aqui sem incomodar ou chocar as pessoas.

Vincent Vega tinha total razão ao dizer that the funny thing about Europe is the little diferences.

E por aí vai. Continuamos nos falando em breve. Cambio, desligo.

Ouvindo: A próxima faixa do mesmo disco do post anterior

O gato desceu do telhado

Da janela do apartamento olho para o outro lado da rua e vejo uma mulher a mexer nos cabelos e fumar de maneira desesperada. Seu gato fugiu, não se sabe pra onde, sem deixar recados nem bilhetes e nem marcas de sua despedida. Em longas conversas regadas a vinho chego a compreender seus motivos, sua vontade de ver o mundo mais de perto, de ser aquilo que ele, e só ele, desejava. Passear, deixar de lado a vontade de outros e ser só um gato. Ser somente o gato. Talvez estivesse cansado de explicações, desculpas e outros pormenores e simplesmente resolveu partir sem dizer nada. Cresceu, tornou-se livre e independente, mas nunca mais será o gato que um dia todos adoraram. Caiu sua máscara, deixou de ser o fodão, deixou de ser o bamba, nunca mais será tão especial quanto fora antes. Para os outros. Para ele mesmo, será para sempre o rei de sua vida. Espero que um dia ele veja tudo o que queria e volte a miar embaixo dessa janela, pedindo perdão e requisitando de volta sua cama, sua comida e seu espaço dedicados. Estaremos todos de braços abertos quando chegar. Celine, Amandita, Dona Teresinha, Cintia, Seu Agostinho e, por incrível que pareça, até eu, pensamos baixinho: volta, César.

Ouvindo: AC/DC - Hail Caesar

Monday, September 11, 2006

É a hora e a vez do manjericão

Essa frase foi tirada de um filme com o Gene Wilder e Richard Prior. Sei que não faz muito sentido, mas ela me marcou muito e sempre que eu penso que está na hora de fazer algo ela me vem à cabeça. Portanto, como embarco hoje, daqui a pouquinho, ela voltou e digo ao mundo: chegou a hora e a vez do manjericão.

Acompanhem por aqui um pouco de minha ida às terras lusitanas com muitos causos, confissões e piadas de português.

Quero dar as boas vindas aos novos espectadores do Blogdobigode e dizer que quem não comentar é bicha. Quando alguém perguntar de mim, passem esse endereço que é onde poderão me ouvir lá de longe. Espero visitas, tanto aqui quanto lá.

Sentirei saudades de todos ...

E como diria Dinei do Curintia:(soletrando) F-O-U: fui!

Ouvindo: Lisérgicos Românticos - Agora eu tô ouvindo Mutantes

Monday, September 04, 2006

Feliz Aniversário!

Como é difícil falar Feliz Aniversário para as pessoas, não? Me faltam as palavras, não consigo resumir ou mesmo racionalizar tudo aquilo que desejo para você. Parece enterro, quando você cumprimenta as pessoas e diz nada mais que "meus pêsames". Fiquei no tradicional "parabéns, muitas felicidades", mas queria que soubesse que é muito mais que isso, que desejo um mundo inteiro para ti. E nesse mundo você escolhe tudo, aperta os botões e "pull the strings" para sair tudo do jeitinho que você gosta. E do jeitinho que você merece.

Nenhum presente seria suficiente.

Parabéns!

Ouvindo: Mutantes - Ave Lucifer