Tuesday, December 26, 2006

Soh uma frase rapida....

Estou em Copenhaguen, arrumando as malas para ir pra Næstved, uma cidadezinha pequena aqui do lado. Amanha estaremos em Hamburgo.
Como o tempo eh escasso, deixo apenas uma frase dita por Tato, companheiro de viagem, sobre a festa de Natal que fomos convidados. Era uma festa para os mendigos de Copenhaguen. Achei que ia rolar um sopao ou coisa do tipo. Mas o esquema foi bem patrao, um dos natais mais farturentos que ja passei. Sente a pegada da festa:

"Aqui tem cerveja ateh pra derrubar um mendingo. Eu vi quando um deles comecou a pescar, caiu de cara na mesa e seu chapeu de marinheiro caiu no chao."

Alem de 40 caixas de breja pra uns 20 mendingos, ainda tinha pato com molho de chocolate, lombo de porco a pururuca, sobremesa, chocolate, presentes, fogueira. Definitivamente estamos pensando em comprar umas passagens para os mendigos brasileiros etrem pelo menos uma vez a sensacao de terem subido na vida.

I'll be back!

Ouvindo: Gilberto Gil - Back in Bahia

Saturday, December 16, 2006

Frases feitas que eu queria ouvir. E que eu queria dizer...

Bem amigos da Rede Globo....
Queria dedicar esse post pra minha mãe, pro meu pai, pra quem não acompanha esse blog muito a sério, pra quem perdeu o post sobre a viagem de Natal e especialmente pra você. Vou tentar reunir aqui um monte de frases feitas, tipo apresentação de filme da Sessão da Tarde. Um post do barulho, envolvendo uma turma que é da pesada, que vai entrar numa fria. Por falar em fria, a única coisa que me põe medo é o frio. Mas quem avisa, amigo é. E os amigos me avisaram disso. Por isso levo vários casacos, gorro, luvas e tal. Afinal de contas, não é coisa pra se economizar. Como dizem por aí, o barato sai caro e a economia é a base da porcaria. Mas vamos deixar de conversa mole e ir direto ao assunto. Aqui tento reunir algumas frases que marcaram minha vida. Música para os meus ouvidos. Coisas que realmente me fizeram crecer como pessoa e como ser humano.

Eu quero o quarto mais ralé - Assim Eddie Murphy, representando o Príncipe Akeem, dá o tom de seus objetivos ao pedir um quarto de hotel. É o pedido que marca seu estado de espírito no filme Um Príncipe em Nova York, mostrando a experiência social que está diposto a viver. Mesmo não sendo eu um príncipe, esse é meu espírito. Quero o quarto, o bar, a carona, as pessoas, tudo, tudo mesmo o mais ralé possível. Se é que há ralé nos países nórdicos.

Could you roll me one of these, cowboy? - Mia Wallacce pede gentilmente a Vincent Vega que ele enrole um cigarro para ela. Pulp Ficition rules. Mesmo não sendo eu um cowboy, quero muito ouvir uma mulher tão foda quanto Mia Wallace fazendo-me um pedido desses. E é lógico que eu enrolaria um desses pra você, garota.

Show me the money!!! - Cuba Goodin Jr, no papel de Rod Tidwell. Que atire a primeira pedra quem não rachou o bico enquanto ele fazia Jerry Maguire repetir essa frase ao telefone. Impagável, ilário e etc. Essa a a frase que eu não quero ouvir, só quero dizer.

Quem quer dinheiro? - Senor Abravanel, Silvio Santos para os menos íntimos. Sonho com o seu "sorriso claro e franco para um filme de terror" caminhando pela Dinamarca, declamando em alto e bom som o bordão que eternizou o clássico Topa Tudo por Dinheiro. Como diriam Racionais MC´s, "mulher e dinheiro, dinheiro e mulher, quanto mais você tem, quanto mais você quer". Não que eu tenha muito dessas coisas, mas quem tudo quer, tudo pode.

Hi, my name is Johnny Knoxville and this is Jackass - Acompanhado da tardicional trilha sonora. Mas na hora da frase eu digo meu próprio nome. Essa é pra quando eu ver a neve pela primeira vez. Sai da frente, bolas de neve irão ser arremessadas para todos os lados. Salve-se quem puder.

Hummmm, forte! - Fumes, companheiro de mendigagem de Mel Brooks no filme Life Stinks (Que Droga de Vida), logo após experimentar seu cozido devidamente aditivado com whisky. Essa frase é pra dizer ao experimentar as bebidas nórdicas. E os cozidos, sopas e qualquer outra coisa que precisar de um combustível a mais. Afinal de contas, já disse lá em cima, estamos entrando numa fria.

You talking to me? You talking to me? - Robert de Niro interpreta Travis, o taxi driver. Um dos melhores personagens e interpretações do mundo que lançou a imortal frase citada. Mas eu não falarei para o espelho. Essa farse é ótima para falar quando fizer qualquer cagada e estiver próximo a levar qualquer dura. Seguindo o ditado "nunca seja esperto, sempre se faça de bobo", perguntarei vezes seguidas: "Are you talking to me?"

Houston, we have a problem - Essa eu quero não precisar dizer nunca. Tomara que nada de mal aconteça ao ponto de ter que falar isso. Mas quando tiver sujado mesmo, estivermos no fundo do poço, não virmos a luz no fim do túnel e nem uma ponta de esperança, terei de dizer, torcendo para que alguém me ouça. Que não sejamos nenhuma Apolo 13 e que consigamos atingir nossos objetivos.

Por enquanto é só, pessoal. Ficamos assim? Já ouvi muitas vezes pra ter juízo e tudo mais, mas se conselho fosse bom, não era de graça. Amanhã (18/12) embarco para Madri. No dia a seguir, Suécia. Depois Dinamarca, Alemanha, Bélgica........................................................................................ God help us so!

Ouvindo: AC/DC - Can I sit next to you, girl?

Sunday, December 03, 2006

O jardineiro é jesus e as árveres somos nozes; uma breve história sobre o homem que desaprendeu a falar

Passeando certo dia pelo youtube e vi o vídeo sobre um homem que supostamente está em uma sessão de fonoaudiologia. A fonoaudióloga fala a seguinte frase e pede para que o paciente repita: "o jardineiro é jesus e as árvores somos nós". Parece simples, pois não? Vi o vídeo e me lembrei do Julão, um amigo meu que de repente desaprendeu a falar...

Acordou cedo como nunca tinha acordado. Foi ao banheiro, escovou os dentes rapidamente, só pra tirar o quente da boca, tirou as remelas, molhou o cabelo, bebeu uma água da torneira. Bateu uma vontade repentina de cagar, sentou no vaso, puxou uma revista e começou a tarefa inesperada. Enquanto lia sobre amenidades esperando seus momentos de rei chegarem ao fim, seus pensamentos se perdiam imaginando o almoço de domingo. Tradicional como deve ser, com toda a família. Mãe, pai, irmãs, vó, tio, tias gordas, primas chatas e a gostosa da segunda mulher do Quincas, seu tio mais novo. Quem mandou seu pai ter a maior casa da família? Quem mandou ele ser mão aberta e sempre bancar os almoços de família? Julão queria mesmo era ressacar na cama, ficar rolando até as 16h, sonhando meio acordado com as biscates que vira na noite anterior. Fim da tarefa, era hora de encarar a mãe, que sempre ficava uma pilha algumas horas antes desses eventos. Dona Lourdes vê o estado do filho, seus olhos esbugalhados, o cheiro de álcool e tudo mais que se nota em um boêmio, como ele gostaria de ser encarado.

-Que cara, hein Ju... Tava onde até agora?
-Tava na puta que o pariu!

Imaginem a cara da sua mãe se você responder uma coisa dessas pra ela. Agora imagina a cara da Dona Lourdes. Imaginou? Agora coloca um par de óculos de aro colorido, em forma de semicírculo, daqueles que viraram moda nos anos 90. Cara feia, né? Mas pior mesmo era a cara de Julão. Não era aquilo que ele queria falar. Queria responder simplesmente que "tava por aí, na balada" ou qualquer coisa do tipo. Mas não, saiu aquilo mesmo.

-O que é isso, moleque, tá louco é?
-Louco é o caralho, sua velha!

"De novo? Por que eu falei assim de novo? eu queria pedir desculpa. O que se passa comigo? Tem alguém aí dentro?", pensava ele com os olhos virados pra cima... Julão não conseguia falar o que ele queria, tudo saía da sua boca de um jeito estranho. Por mais que tentasse controlar, só conseguia falar coisas que vinham de impulso. Tinha perdido as rédeas, não estava mais apto para o convívio social. O que fazer com os parentes? O que ele ia falar quando a tia dizesse aquele famoso "você cresceu, hein Ju!" "É que a senhora ainda não viu meu pinto, sua puta!" Não, não podia falar aquilo. Tinha que ficar quieto, esconder-se embaixo da mesa, sei lá. Bico calado e na segunda-feira pela manhã acharia um médico que o curasse dessa coisa horrível. Deixou a mãe falando sozinha e correu pro quarto.

E foi todo mundo chegando. Chegou o tio César, com suas duas filhas chatas e sua esposa maquiada. Tio Roberto, solteirão e viciado em baralho. Tia Marina, 208 quilos balanceados entre gordura e chatice. Vovó e vovô, ambos fazendo hora extra na Terra. Tio Mário, advogado bem sucedido, com mulher, filhos e uma caixa de Viagra por semana. Julão tinha a vantagem de conhecer cada entrada e saída dos cômodos de sua casa e aproveitava para esgueirar-se pelos corredores evitando ao máximo qualquer encontro com os familiares. Comia o tempo todo para manter a boca suficientemente cheia pra qualquer um achar falta de educação se ele a abrisse. Somente meneava a cabeça, ora pra cima e pra baixo, ora prum lado e pro outro.

Tio Roberto foi o primeiro a conseguir interceptá-lo. Bonachão, de barba e bigodes grisalhos, daqueles tipos que fumam sem tirar o cigarro da boca:
- E aí, Ju? Tudo em cima?
(sinal de positivo com a cabeça)
- E como tão as mina, tá comendo alguém ou ainda não estreou a ferramenta?
(sinal de positivo com a cabeça)
- Tá comendo?
(sinal de positivo com a cabeça)

Julão conseguiu livrar-se do tio com alguma dificuldade depois de responder positivamente com a cabeça todas as perguntas que Roberto fazia, invariavelmente sobre a vida sexual do sobrinho. Continuava a andar pela casa, sempre enchendo a boca de queijo, salame e guaraná. Passou pelos mesmos apertos com suas tias, primas e avós. Mas conseguiu escapar de todos com a tática adotada. Só faltava uma pessoa pra enganar, Lucinha. Não era sua tia, pelo menos era isso que Julão achava. "Pra ser minha tia tem que ser irmã do meu pai ou da minha mãe..." Gostosa. Se fosse pra resumir em uma palavra, Julão diria que ela era uma gostosa. Peitão, bundão, pernão, cabelão, tudo ão. Sempre nutrira uma tara pela segunda mulher de seu tio. Várias horas trancado pensando nela, já tinha estado na cama com ela em todas as posições do kama sutra, em todos os continentes, vestida com todas as roupas. Pena que a imaginação logo ia embora quando Dona Lourdes começava a esmurrar a porta do banheiro.

Emcontrou-a na varanda que ficava nos fundos da casa. Ela estava fumando seu Charm escondida dos sogros, que abominavam tal vício. "Caralho, justo aqui tinha que ter alguém?" Julão tremia enquanto admirava seu vestido florido de tecido leve com tons castanhos. Tremia ao olhar suas pernas, seus lábios carnudos envolvendo aquele longo cigarro. Lucinha logo viu Julão e se assustou, colocando o cigarro atrás das costas e segurando a tragada até o último fôlego, mesmo sabendo que o "sobrinho" já tinha visto a "tia" fumando.

- Não conta pro vovô não, tá Ju?
(sinal de negativo com a cabeça)
- Você sabe como eles iam ficar furiosos, né?
(sinal de positivo com a cabeça)
- Se você prometer que não conta, eu te dou o que você quiser, pode ser?
(sinal de positivo com a cabeça)
- Então você não conta mesmo, jura?
(sinal de positivo com a cabeça)
- E o que você quer ganhar então?

Do alto de seus 19 anos, Julão suava, tremia e tentava tapar sua boca. E foi ali que seu plano acabou. Esqueceu-se que tinha desaprendido a falar. Respondeu o que veio em sua cabeça, vomitou a primeira frase que apareceu. Naquele dia várias coisas mudaram em sua família. Tio Quincas ganhara mais uma vez a fama de ser o maior corno do bairro. Julão ganhou o presente que pediu ali no dia, na hora, em pé, apoiados na cerca da varanda. Não foi ao médico na segunda-feira. Na última vez que o vi, soube, em meio a palavrões e coisas desconexas, que meu amigo estava trabalhando como roteirista nos livros de piada do Ari Toledo. Tempos e tempos depois, soube que ele procurou tratamento, que era mais ou menos assim, repete comigo:
"O jardineiro é jesus e as árvores somos nós."

Ouvindo: Raul Seixas - Quando acabar o maluco sou eu

Saturday, December 02, 2006

Mulheres vulgares; uma (ou duas) noite e nada mais

- Mardito coração...
- Por que, véio?
- Mardito coração, é só isso mesmo...

Ela não era o tipo que admirava desde sempre. Ela era diferente, loira, de cabelos lisos, barriga chapada, durinha. Sempre de blusinhas curtas, aquele pecado sempre à mostra. De sorriso fácil, voz doce e sotaque do sul. Fugindo ao seu padrão de gosto, mas um legítimo coração.

- Que que ela te disse?
- Que é melhor sermos amigos. Que temos uma "amizade muito especial".
- Amigo de que caraio?
- Sei lá também...

Ela era diferente. Não era igual aquela outra atendente de bar que ele também admirava. Aquela sim era seu tipo, loirinha, com cabelos encaracolados. Aliás, cabelos encaracolados era e sempre foi o que disparava seu coração. Certa vez no colégio, sentou-se atrás de uma garota só para sentir o toque de seu cabelo em seu braço, que ficava estrategicamente encostado na carteira da menina de cabelos encaracolados. Além disso, a atendente era carnuda, de seios tamanho 46, realmento do jeito que o capeta gosta.

- Mas como assim, amigos?
- Sei lá, véio, ela veio com esse papinho.
- Puta gorpinho véio...
- Foda-se...

A conquista tinah acontecido naturalmente. Dançando juntos, olhando para os olhos, mas não um olhar simples, ele usava um olhar profundo, daqueles que passam pela pupila, viajam pelo cérebro e chegam até a nuca da garota. Hipnotizante, diriam alguns. Qualquer coisa, diriam outros. Daí pro arm lock foi só mais um passinho.

- Mas você caiu no gorpinho?
- Caí nada, mas fazer o que?
- Essas mina são um cu mesmo...

Voltou ao bar para vê-la mais uma vez. Ela disse oi com um sorriso no rosto. Um misto de amizade com desejo. Seus olhos não mentiam, mas sua boca insistia em me dizer que tínhamos uma amizade muito especial. Encostou-se com as costas no balcão e ficou observando a menina com o canto do olho. Discretamente ela rebolava ao som de Manu Chao.

- Eu também acho que são meio cu, mas fazer o que?
- É, fazer o que, mano?

Era hora de ir embora. Balada cu, vazia pá caraio. Só um pouco de cerveja para abotoar o pijaminha. Era hora. Hora de dizer tchau. Caminhou até o balcão e disse tchau, logo abaixando os olhos. Ouviu outro tchau de resposta, seguido do estalo de um beijo mandado pelo (ou para) o ar. Caminhava pela rua fria pensando quem seria o felizardo a ser atingido por aquele beijo.

- Mardito coração!
- Pois é...

*Coração: termo utilizado entre amigos para designar garotas especiais. Envolve a beleza em seu aspecto global

Ouvindo: Titãs - Televisão

Friday, December 01, 2006

Mais links pros chegados....

Esse link é do trampo de um brother meu, o famoso Dudu da Madalena... É um doc que ele e uns amigos fizeram. Eu não sei muito mais sobre o filme, ainda não assisti, mas confio no cara e recomendo para todos. O nome da obra é "Samba à Paulista" e pode ser visto no http://www.sambaapaulista.blogspot.com/ .

Por enquanto é isso...

Ouvindo: Racionais MC´s - Mulheres Vulgares